Page 62 - Revista LER&Cia Edição 91
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Variedades
Role-playing
game: vivendo a
experiência
Assumir o papel de um personagem em um jogo e desenvolvê-lo
de acordo com regras estabelecidas. De forma simples, é assim
que o RPG (role-playing game) pode ser resumido. Simplificando
ainda mais o conceito: nele, o seu personagem é vivido por você
mesmo.
A jornalista Mariana Manhães, de 22 anos, jogadora desse tipo de
entretenimento desde a adolescência, explica que essas regras são
criadas ou baseadas em sistemas já existentes de forma coletiva
e organizada, ou seja, todos os jogadores precisam ter ciência de
como vai funcionar.
Os tipos mais usuais de role-playing game são aqueles jogados
com tabuleiros, além das versões online. Mariana, contudo, explica
que sempre participou de uma comunidade menor que gostava de
“turnar”, como dizem os próprios gamers, na forma escrita.
“As regras e princípios básicos eram os mesmos, mas ao invés
de comandos de computador ou de dados físicos, escrevíamos
histórias de forma coletiva, como se todos os jogadores
estivessem escrevendo um livro em conjunto”, relembra Mariana.
Nas ocasiões, cada um esperava sua vez para descrever as ações
e falas do personagem que comandava.
Apesar de ter passado por vários formatos do jogo, Lisa Nascimento,
social media de 25 anos e jogadora há mais de 15, hoje, tem seu
foco no de mesa. “Gosto desse modelo particularmente por ser
sempre uma surpresa. Nele, temos um ‘mestre’, que é a única
pessoa a conhecer a trama e os acontecimentos da história. Ele
está ali tanto para ditar o ritmo da narrativa quanto para evitar
que algum espertinho roube”, explica Lisa, exemplificando: “Se o
seu personagem precisa enfrentar um dragão, mas não treinou o
suficiente, não adianta ele tirar o maior número nos dados. Afinal, o
seu personagem ainda não tem a habilidade desenvolvida”.
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